Ao lado: Coronel Militão Rodrigues Coelho. Intendente político de Brotas de Macaúbas e Barra do Mendes no fim do século XIX e início do século XX. O pai foi assassinado por seus escravos. No poder, foi cruel e sustentava-se politicamente na força de seus jagunços, no dinheiro e na corrupção ligada ao governo estadual do grupo de J. J. Seabra. Foi derrotado pelas milícias paramilitares do Coronel Horácio de Matos e fugiu para Pilão Arcado, juram seus inimigos que vestido de mulher, e lá morreu em greve de fome após frustrar seus planos de retomar Barra do Mendes.
24 de out. de 2010
Uibaí e Coronel
Ao lado: Coronel Militão Rodrigues Coelho. Intendente político de Brotas de Macaúbas e Barra do Mendes no fim do século XIX e início do século XX. O pai foi assassinado por seus escravos. No poder, foi cruel e sustentava-se politicamente na força de seus jagunços, no dinheiro e na corrupção ligada ao governo estadual do grupo de J. J. Seabra. Foi derrotado pelas milícias paramilitares do Coronel Horácio de Matos e fugiu para Pilão Arcado, juram seus inimigos que vestido de mulher, e lá morreu em greve de fome após frustrar seus planos de retomar Barra do Mendes.
22 de out. de 2010
O que revelam as eleições municipais?
As eleições nacionais tem merecido análise dos diversos grupos políticos. Celito Regmendes, professor e socialista, em seu blog http://celitoblog2.blogspot.com/, tem avaliado que, no âmbito local, o grupo governista teve êxito crescendo nas bases da oposição Birinha-Raul. Não é por acaso: a soma dos candidatos a deputado federal - já que o deputado estadual é uma eleição de critérios diferentes pelo peso das questões regionais - dos governistas obteve crescimento no Poço, Lagoinha, Hidrolândia e Quixabeira. Sem falar que ela conseguiu manter a sua frente na sede e no Caldeirão. O que não é pouco. O Caldeirão sozinho neutralizou toda a frente obtida pelo candidato Raul em Poço, Chapadinha, Boca dágua, Olho dágua e baixões em 2008, nas eleições municipais.
Lei de assistência estudantil: versão preliminar
PROJETO DE LEI ____/ 2009
Institui a política municipal de assistência estudantil universitária e pré-universitária e dá outras providências.
O PREFEITO MUNICIPAL DE UIBAÍ Faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art.1º Fica instituída a política de assistência estudantil universitária e pré-universitária no município de Uibaí.
Art. 2º A política municipal de assistência estudantil universitária e pré-universitária terá por base o estímulo à formação superior dos uibaienses e obedecerá às seguintes diretrizes:
I – o incentivo à criação de residências estudantis nos grandes centros universitários do Estado e do País, bem como o seu financiamento público municipal;
II – a concessão de ajuda de custo, segundo critérios sócio-econômicos, previamente estabelecidos, aos estudantes universitários, cujo número não possibilite a criação de uma residência no respectivo município;
III – a instituição e manutenção de um cursinho pré-vestibular público e gratuito no município de Uibaí;
IV – a concessão de transporte para os estudantes uibaienses universitários que necessitem se deslocar para municípios limítrofes a Uibaí; e
V – o respeito à autonomia administrativa e gerencial das entidades e residências estudantis;
Parágrafo Único. O disposto no inciso I terá preferência em relação ao disposto no inciso II.
Art. 3º Para atender ao quanto disposto nesta lei, o Poder Executivo celebrará convênios com sociedades civis sem fins lucrativos que visem à realização dos objetivos desta lei, com o escopo de possibilitar o repasse de verbas municipais.
§ 1º Para atender às despesas decorrentes dos convênios a serem celebrados, o Poder Executivo Municipal enviará mensagem de lei à Câmara Municipal solicitando autorização para a abertura de crédito especial.
§ 2º Para os exercícios financeiros subseqüentes, o Poder Executivo municipal determinará a sua previsão orçamentária quando da apresentação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), bem como do Plano Plurianual (PPA) a serem aprovados pela Câmara municipal.
Art. 4º Os termos dos convênios referidos no artigo anterior serão elaborados pelo Poder Executivo conjuntamente com as entidades representativas dos estudantes.
Art. 5º As instituições e os estudantes beneficiados com recursos públicos nos termos desta lei desenvolverão, no município de Uibaí, projetos sociais, culturais e educacionais como contrapartida.
Parágrafo Único. Os projetos serão elaborados e desenvolvidos pelas instituições e pelos estudantes beneficiados, em parceria com o Poder Público Municipal.
Art. 6º A prestação de contas dos recursos repassados será realizada periodicamente por cada entidade beneficiada, conforme dispuser o termo de convênio.
Art. 7º O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 60 dias.
Art. 8º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º Revoga-se a lei n. xxx/2007 (ver lei da ajuda de custo).
Uibaí, data.
Pedro Rocha Filho
PREFEITO MUNICIPAL
JUSTIFICATIVA
Uibaí é reconhecida em toda a microrregião de Irecê como “Cidade da Cultura”, em decorrência do número de universitários e graduados, que acabam por elevar o nível do debate político e da construção e consolidação da cidadania.
Contudo, o município carece vergonhosamente de uma política municipal de Assistência Estudantil. O povo uibaiense é um povo de parcos recursos financeiros, o que acaba por dificultar a possibilidade dos filhos da terra saírem para estudar fora, conquistar o nível superior e níveis mais elevados na busca do conhecimento.
A sociedade uibaiense historicamente tem se mobilizado em torno da questão da assistência estudantil e, deste modo, tem cumprido o seu papel. Agora é chegado o momento de o Poder Público Municipal dar o necessário apoio aos estudantes.
A luta estudantil também deve ser lembrada. Desde os anos 60, os estudantes se organizam e enfrentam, nos grandes centros, as maiores dificuldades, como nas incontáveis situações em que a fome os afligiu, a luz e a água foram cortadas e ameaças de despejo os torturavam.
Some-se a tudo isto o reduzido número de cursos e vagas nas poucas instituições existentes na região, o que obriga os estudantes que sonham com um curso superior, com uma profissionalização adequada, ou com o acesso ao mundo do saber, a sair da nossa terra natal. Todo este processo é dificultado pelos poucos recursos financeiros e principalmente pela ausência integral de uma política pública que respeite e que dê uma mínima assistência ao estudante.
Não obstante o nível de exclusão representado pelo vestibular enquanto meio de acesso ao ensino superior, os estudantes uibaienses têm galgado, ano a ano, crescente número de aprovados, fazendo surgir uma forte demanda por assistência estudantil em diversas localidades dentro e fora do Estado da Bahia. Tal realidade tem proporcionado uma grande contribuição sócio-cultural para o município de Uibaí.
Por tudo isso, é nosso dever responder aos anseios da classe estudantil congregada nas residências estudantis já existentes e nos diversos núcleos de universitários que tem se formado país a fora, sem qualquer assistência dos poderes públicos.
Cabe ainda salientar que, os Ilustres Legisladores, ao elaborar, promulgar e publicar a Lei Orgânica do Município de Uibaí, em 1990, em seus artigos 146, parágrafo 3º: “Fica o município na obrigação da criação e manutenção de residência do estudante na sede do município, para atender os alunos do interior que irão cursar o 2º grau, e da 5º a 8º séries nas localidades sem colégios” e 179, parágrafo único: “Fica o município na obrigação de selecionar os melhores alunos concluintes da 8º série dos colégios do município e garantir-lhes o estudo gratuito em Salvador” deixam clara a sua opção por uma política municipal de assistência estudantil que financie os estudantes uibaienses. Era essa a vontade dos vossos nobres pares!
Por fim, gostaríamos de salientar a viabilidade econômica de uma política pública de assistência estudantil, haja vista o diminuto custo de sua manutenção, destacando-se ainda que se trata mais de um investimento do que uma despesa propriamente dita, em razão dos inúmeros benefícios para o município a curto, médio e longo prazo.
A curto prazo tem-se que os estudantes, como contrapartida, desenvolverão projetos sociais, culturais e educacionais; a médio prazo, destaque-se haverá um maior número de acadêmicos pensando a realidade do município e trazendo soluções para seus problemas, através, por exemplo, de trabalhos monográficos; por fim, a longo prazo, serão diversos profissionais liberais contribuindo para a melhoria dos serviços prestados à população.
Cientes da sensibilidade da egrégia Câmara de Vereadores de Uibaí na apreciação da questão, contamos com a APROVAÇÃO unânime deste projeto de lei.
Uibaí, data.
Pedro Rocha Filho
Mural Literário
9 de out. de 2010
Segundo turno: o que dizem e o que pode ser?
Analistas políticos do país, jornalistas, blogueiros e simpatizantes de Marina Silva extraem as conclusões da política nacional: a onda é verde e 19 milhões de votos comprovam isso. O segundo turno começa com uma disputa pelos votos da senadora e ex-ministra do PT. Quais os caminhos que se destacam?
8 de out. de 2010
A prefeitura de Uibaí e os trabalhadores rurais
As mudanças do governo petista na agricultura merecem um comentário específico. Afinal, por um lado o governo investe em duas estradas de escoamento de produção. Por outro lado, foi o primeiro governo a comprar sistematicamente produtos da agricultura camponesa regional para a merenda escolar, casa de repouso em Salvador e etc. Isso, vergonhosamente, nunca havia sido feito por ex-prefeitos que preferiam comprar produtos de mercados da sua família e de aliados políticos e possuíam uma merenda de péssima qualidade, quando havia.
A construção de novas estradas é bastante polêmica. A estrada Quixabeira-Caldeirão passa batido para muitos, mas é uma tentativa de facilitar o escoamento de mercadorias produzidos na zona mais produtiva do município. O transporte de pessoas não sofreu nenhuma alteração importante. Cabe perguntar porquê a estrada Boca d’água-Uibaí está abandonada, estrada responsável pelo trafego de centenas de pessoas e abastecimento municipal em produtos da horticultura?
A estrada da serra é mais problemática. Construída sem planejamento, seguindo o curso “natural” dos caminhos dos roceiros ela responde à necessidade de 150 famílias de trabalhadores rurais, dos quais, 60 estão organizados na Associação Serrana, responsável pela mão-de-obra do empreendimento, que recebeu da prefeitura auxílio em máquinas, alimentação e cascalho. O fato de a estrada ter sido feita em área de declive sem planejamento leva muitos a questionarem se o que motivou a “obra” foi a satisfação da necessidade de camponeses ou a necessidade de apresentar alguma coisa antes da eleição estadual e federal? Por que não há, por parte da prefeitura, nenhum tipo de auxílio na tentativa de estabelecer uma agricultura ecológica em um bioma tão sensível quanto a caatinga da serra?
Os ambientalistas fizeram barulho. Com razão. Também pergunta-se por quantos anos os trabalhadores da serra serão excluídos de assistência técnica e outros incentivos que poderiam aumentar sua produtividade, melhorar suas condições de vida e diminuir os impactos no meio ambiente da serra, tornando desnecessária a retirada de madeira e transformando a preservação da caatinga em um bom negócio para os camponeses? Como poderão essas famílias produzirem sem comprometerem as fontes do seu sustento, no caso, a natureza?
No tocante à compra de mercadorias para merenda escolar estimulando uma tendência manifesta no Caldeirão, Gia e Grama que consiste na formação lenta de uma manufatura associada à agricultura camponesa. Todavia, é preciso que os produtores de Caldeirão se aprofundem no beneficiamento de seus produtos – indo além do leite – e diversificarem o destino de sua produção de modo a conservarem sua autonomia.
Todavia, é notável que no incentivo à agricultura camponesa a Secretaria de Educação possui mais destaque do que a de Agricultura propriamente. Está dispõe em torno de 1 % do orçamento municipal e foi entregue a um político experiente, mas sem talentos como economista, gestor público ou qualquer coisa ligada a planejamento econômico. É uma secretaria inoperante que foi dada como prêmio de consolação a um aliado da eleição. É assim que o governo petista trata com a agricultura do município. Algo secundário.