As mudanças do governo petista na agricultura merecem um comentário específico. Afinal, por um lado o governo investe em duas estradas de escoamento de produção. Por outro lado, foi o primeiro governo a comprar sistematicamente produtos da agricultura camponesa regional para a merenda escolar, casa de repouso em Salvador e etc. Isso, vergonhosamente, nunca havia sido feito por ex-prefeitos que preferiam comprar produtos de mercados da sua família e de aliados políticos e possuíam uma merenda de péssima qualidade, quando havia.
A construção de novas estradas é bastante polêmica. A estrada Quixabeira-Caldeirão passa batido para muitos, mas é uma tentativa de facilitar o escoamento de mercadorias produzidos na zona mais produtiva do município. O transporte de pessoas não sofreu nenhuma alteração importante. Cabe perguntar porquê a estrada Boca d’água-Uibaí está abandonada, estrada responsável pelo trafego de centenas de pessoas e abastecimento municipal em produtos da horticultura?
A estrada da serra é mais problemática. Construída sem planejamento, seguindo o curso “natural” dos caminhos dos roceiros ela responde à necessidade de 150 famílias de trabalhadores rurais, dos quais, 60 estão organizados na Associação Serrana, responsável pela mão-de-obra do empreendimento, que recebeu da prefeitura auxílio em máquinas, alimentação e cascalho. O fato de a estrada ter sido feita em área de declive sem planejamento leva muitos a questionarem se o que motivou a “obra” foi a satisfação da necessidade de camponeses ou a necessidade de apresentar alguma coisa antes da eleição estadual e federal? Por que não há, por parte da prefeitura, nenhum tipo de auxílio na tentativa de estabelecer uma agricultura ecológica em um bioma tão sensível quanto a caatinga da serra?
Os ambientalistas fizeram barulho. Com razão. Também pergunta-se por quantos anos os trabalhadores da serra serão excluídos de assistência técnica e outros incentivos que poderiam aumentar sua produtividade, melhorar suas condições de vida e diminuir os impactos no meio ambiente da serra, tornando desnecessária a retirada de madeira e transformando a preservação da caatinga em um bom negócio para os camponeses? Como poderão essas famílias produzirem sem comprometerem as fontes do seu sustento, no caso, a natureza?
No tocante à compra de mercadorias para merenda escolar estimulando uma tendência manifesta no Caldeirão, Gia e Grama que consiste na formação lenta de uma manufatura associada à agricultura camponesa. Todavia, é preciso que os produtores de Caldeirão se aprofundem no beneficiamento de seus produtos – indo além do leite – e diversificarem o destino de sua produção de modo a conservarem sua autonomia.
Todavia, é notável que no incentivo à agricultura camponesa a Secretaria de Educação possui mais destaque do que a de Agricultura propriamente. Está dispõe em torno de 1 % do orçamento municipal e foi entregue a um político experiente, mas sem talentos como economista, gestor público ou qualquer coisa ligada a planejamento econômico. É uma secretaria inoperante que foi dada como prêmio de consolação a um aliado da eleição. É assim que o governo petista trata com a agricultura do município. Algo secundário.
O descaso é lamentável =/
ResponderExcluirE o blog está de parabéns; com a conscientização da população, esse quadro pode ser revertido1 :D
de fato um tanto quanto problematica essa estrada na serra.será que com a chegada da estrada nas roças chegará também conhecimento para que os agricultores ao invés de acabarem com o que resta da caatinga,sejam capacitados a conciliarem sua produção com medidas de preservação?será que um trator não trara mais prejuizo do que lucro a longo prazo(prncipalmente para o bioma).penso que se com os braços e falta de informação ja tenhamos destruido a maior parte da nossa serra,com maquinario adequado o que resta não vai durar muito.sem contar que com um facil acesso por meio de veiculos as roças deixarám de ser fonte de renda da população carente,pra se tornarem ponto de farra e um suposto descanço pra parte mais favorecida,que não encontrarám muita dificuldade em comprarem por uma quantia insignificante as terras.(como já temos o exemplo da esposa do ex vereador dorival que ja comprou duas roças a preço de banana).
ResponderExcluirisso sem falar no choque com o PROJETO DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL GROTA DO MANÉ JOSÉ.enquanto um tenta recuperar o leito a outra parte faz com que nosso problema seja irreversivel,sabendo que a areia que encobrio o riacho vem de cima,das roças(antiga camas de vara),que com a retirada da mata deixa o caminho livre para erosão.em fim em tempos de que tanto se fala em desenvolvimento sustentável temo que nossa estrada da serra mesmo tão nova já esteja ultrapassada!parabéns aos amigos do MVIVE por nos darem oportunidade de expresarmos nosso ponto de vista!!
Nunca ví essa estrada da serra com bons olhos, na minha pobre opinião servirá somente para uma degradação mais acelerada da nossa Serra Azul, a nossa eterna "vaca azul" continua com suas tetas servindo a interesses particulares; Ora para que fazer estrada na serra se as estradas do das nossas roças do assentado estão praticamente intransitáveis que o diga os produtores rurais da baixinha e arrecifinho em Haidrolândia, Chapadinha estou citando essas pois são as que conheço a fundo, a vaca azul e suas secretarias de agricultura e infra estrutura são inoperantes não geram um emprego na zona rural, poucos produtores irrigantes de Hidrolândia que são realmente geradores de empregos diretos na cultura da pinha, tomate, melancia etc. não tem nem se quer o essencial estradas para escoar a produção, redes de energia elétrica na zona rural do nosso município não existe! e para terminar deixo uma indagação, Por que outros municípios da região tem estradas na zona rural que parecem asfalto, tem uma malha elétrica que mais parece uma rede de pesca! Ex. Presidente Dutra, São Gabriel, Lapão, João Dourado, Canarana ou seja o nosso Uibaí continua mal representado! ou não?
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