16 de abr. de 2011

vale a pena ler A Linguagem escravizada: língua, história, poder e luta de classes


Florence Carboni e Mário Maestri publicaram, em 2003, a primeira edição do livro A Linguagem escravizada: língua, história, poder e luta de classes. [São Paulo: Expressão Popular, 2003.] Eram 92 páginas que mostravam como a língua nunca é neutra, mas sempre forjada no contexto do mundo social, embalada por relações de poder, das quais constitui representação e simbolização, ainda que o falante só possua frágil consciência da origem social e ideológica da linguagem que utiliza.

Mário Maestri, doutor em história pela UCL, na Bélgica, é conhecido no meio acadêmico mundial por seus trabalhos sobre a história social do Brasil. Integrante da corrente que definiu o passado escravista brasileiro como expressão de luta de classes, associou-se à lingüista italiana Florence Carboni, também doutora nessa disciplina por aquela instituição, especialista na questão da linguagem, para publicar um trabalho germinal no sentido recém apontado.

Em menos de dois anos e meio, esgotaram-se os três mil exemplares da primeira edição. Fato inusitado apenas para quem não leu o trabalho de Carboni e Maestri. A Linguagem escravizada constituiu uma ferramenta indispensável aos pesquisadores, não apenas das ciências sociais. Nesses sentido, muitas vezes, as orientações propostas pelos autores quase servem como um manual para quem não quiser pecar gravemente ao escrever e falar, deixando que outros falem por sua boca, que outros escrevam por suas mãos.

Em novembro de 2005, veio a segunda edição. Revista e ampliada, com agora 147 páginas, a obra mantém na sua essência as características que consagraram a primeira edição. “A língua é palco privilegiado da luta de classes, expressão e registro dos valores e sentimentos contraditórios de exploradores e explorados”.

Também em 2005, ficaram expostas as feridas do mundo globalizado, nos atentados do metrô da Inglaterra, nos protestos das periferias de grandes cidades francesas, na crescente derrota estadunidense no Iraque, na construção do muro de Israel, nas jornadas da Venezuela, que registraram as duras e não raro contraditórias formas de expressão da oposição ao imperialismo. Imperialismo este, como assinalado em A linguagem escravizada, construído igualmente através da imposição da língua e das formações discursivas próprias de setores sociais dominantes.

A língua do imperialismo, o inglês, vem sendo imposta como língua universal. Tende a tornar-se obrigatória como segunda língua nas escolas públicas em quase todo o mundo. Nada de anormal para Carboni e Maestri, pois, “as nações imperialistas lutam para impor suas línguas, e, por meio delas, seus valores às nações dominadas, assim como as classes dominantes esforçam-se para que os dominados submetam-se plenamente a uma ditadura lingüística, que facilita e consolida a ditadura social e econômica”.

Esse mecanismo já se verificara em outras conjunturas históricas. No Brasil, a dominação através da língua remonta ao século 18, quando, para manter o domínio ideológico, cultural e religioso, “entronizou-se o português como língua colonial e reprimiram-se os falares extra-europeus e crioulos e suas influências na língua dos colonialistas”. As palavras oriundas das comunidades indígenas, africanas e caboclas passaram a ser vistas como estranhas, atrasadas, brutas, ultrapassadas.

Os autores mostram igualmente que praticar o padrão considerado culto da língua pode também assumir o sentido de não pertencer e separar-se das classes subalternizadas. “Membros emergentes das classes desfavorecidas sempre puderam se incorporar às chamadas elites, desde que renegassem suas raízes sociais, ideológicas e lingüísticas”.

Ao contrário, quando indivíduos “praticando o padrão lingüístico popular projetam-se socialmente, sem terem o tempo ou a capacidade de se adaptar à forma culta, o uso público de variantes consideradas populares é execrado como erros e barbarismos lingüísticos, por meio de sisudas correções eruditas ou de maldosas ironias, a fim de que o padrão popular não seja prestigiado por esses locutores excelentes”. O ex presidente Lula é um exemplo disso.

Carboni e Maestri analisam também as categorias usadas pela historiografia contemporânea e as ciências sociais em geral, mostrando que, muitas vezes, cientistas sociais bem intencionados utilizam termos com vínculos ideológicos-culturais próprios às classes dominantes do passado justamente para elaborar análises críticas destinadas a desvelar conflitos sociais desse passado. Os autores mostram, por exemplo, que substituir a categoria "escravo" por "trabalhador escravizado" impede que seja negada ao cativo sua condição de trabalhador e a violência que ele sofreu ao ser escravizado.

Outra questão levantada pelos autores refere-se ao papel da escola. Tradicionalmente, os estabelecimentos de ensino elegem apenas a variedade lingüística comum às classes dominantes como língua objeto de estudo e instrumento de comunicação. Os alunos que apresentam dificuldade para se desvincular das variantes lingüísticas próprias do seu meio são discriminados. “A repressão lingüística é igualmente caminho para a repressão social e cidadã. Ela contribui para a reprodução das desigualdades sociais”.

A Linguagem escravizada questiona o mito da fala ‘boa’, ‘culta’. Não raras vezes, os eleitores indicam seus representantes porque ‘fala bonito’. Ingenuamente, desconhecem o poder da língua, do discurso, da incorporação de expressões. Carboni e Maestri contribuem especialmente para com o meio acadêmico. A obra consagrada na primeira edição tende a repetir o sucesso.

PUBLICADO NA REVISTA ESPAÇO ACADÊMICO nº57 fev-2006 , texto do prof adelmir fiabani, gaucho, doutor em história http://www.espacoacademico.com.br

12 de abr. de 2011

MOVIMENTAÇÃO POLÍTICA NOS BASTIDORES DE UIBAÍ: O Q VIRÁ DISSO?

HOJE CONVERSANDO COM UM JOVEM DE UIBAÍ ele me disse q agora é do PC do B , segundo ele o partido está se reestruturando, está crescendo a partir de "novas lideranças" e pretende ser a nova força política de uibaí, ainda segundo ele, uma alternativa aos dois grupos q estão ultrapassados, o do PT e o de BIRINHA.

EM DETERMINADO MOMENTO apareceu um senhor da Boca-dágua- Olho dágua e o jovem falou da possibilidade desse aderir ao partido como fizeram várias pessoas da sua comunidade, o senhor foi incisivo:- voto ne birinha ou ne quem ele mandar, devo tudo a ele!!! o rapaz notando a firmeza do camarada, desconversou, mas, logo disse q uibaí precisa sair dessa história de apenas dois grupos digladiarem pelo poder e nada de importante acontecer, aí eu entrei, acho q de sola.

EU DISSE Q CONCORDAVA com a necessidade de superação dessa triste dicotomia q tem levado uibaí aum maniqueísmo pobre e com resultados decepcionantes entre ano sai ano, entra década e sai décadda, porém o PC do B está longe, muito longe de representar algo " novo" e interessante, essa forma de crescer filiando á torta e á direita ja demonstrava isso, disse a ele q o pc dob é nacionalmente e estadualmente um reles aliado do pt, preocupado mais com cargo q outra coisa, em todo o país é aliado qde quem tiver bem na foto, seja DEM, seja PSDB, seja PT ou o escambau, hoje é um partido sem ideologia, sem nada mais q o caracterize como socialista. A figura mais badalada dele no momento é o dep fed por São Paulo Aldo Rebelo q vem sendo mimado, acariciado e endeusado pela funesta direita ruralista ja q ele propõe um novo código florestal q beneficia os devoradores de florestas nativas pra se encherem de grana praticando além da degradação ambiental, uma brutal exploração dos trabalhadores.

Qdo ainda falava do PC do B, um senhor q tava por perto e ouvia a conversa, meio brabo explanou:
-QUÉTA MOÇO É TUDO PORQUÊRA, NENHUM PARTIDO VALE NADA , TODO PULÍTICO
É DO MESMO JEITIN?

O q se tira disso tudo é q uibaí é mesmo um caldeirão político fervente, é uma pena no entanto q a discussão ao meu ver não acontece como deveria acontecer, as coisas ainda caminham como antigamente, não conseguimos dar um passo á frente, é duro admitir!!

9 de abr. de 2011

ENDIVIDAMENTO Á TOA OU PROSPERIDADE Á LÁ BRASIL??

A NOTICIA

Nordestinos lideram ranking dos superendividados

Os moradores do Nordeste encabeçam a lista de superendividados brasileiros. De cada cem habitantes da região, pelo menos 13 estão com grandes débitos, segundo o IEF (Índice de Expectativas das Famílias), divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) nesta quinta-feira (7).

No Brasil, a média de superendividados está na casa de 9,34%.

O IEF é feito em 3.810 residências de 214 cidades, de todos os Estados brasileiros. Para chegar aos números, o Ipea usa o método da amostragem, ou seja, usa parte da população para tirar conclusões sobre o todo.

Os habitantes do Norte do país aparecem na segunda posição, com 11 superendividados para cada cem pessoas. O Sudeste é o terceiro do ranking (8,47%) e o Centro-Oeste é o quarto (7,72%).

Os moradores da região Sul, por outro lado, aparecem na última posição da lista, com menos de 4% de superendividados.

Tamanho da dívida

A dívida média do consumidor brasileiro ficou em R$ 4.194,97 em março, de acordo com o indicador do Ipea. O montante representa um recuo de 23,3% em relação a fevereiro, quando o brasileiro devia R$ 5.468,57, em média.

Peso da dívida

Em março, 20,6% dos brasileiros tinham até metade do salário mensal comprometida com dívidas, segundo o Ipea. O nível é semelhante ao de fevereiro, quando o índice ficou em 19,9%.
Por outro lado, o estudo mostra que houve aumento do tamanho da dívida entre os superendividados. No mês passado, pelo menos 22% dos brasileiros disseram estar devendo entre uma e duas vezes sua remuneração mensal.

O aumento também foi observado entre os que deviam mais de cinco vezes sua renda mensal. Em fevereiro, eles eram 17,1% da população e agora, em março, 17,7% dos brasileiros se encaixam nessa faixa.

EXTRAÍDO DA COMU "PROFISSÃO PROFESSOR" DO ORKUT

veja agora o COMENTÁRIO DE WILSON na área de comentários









7 de abr. de 2011

O que dizem por aí


Há por aí mais materiais sobre a região de Irecê do que muita gente supõe. Quando produzidos por pessoas de outras regiões - a maioria dos casos - percebe-se coisas interessantes na forma da visão de um estrangeiro sobre a região, mas apresentam a deficiência de não atentarem para certas particularidades que qualquer criança da região pode ver. Porém, há uma safra de trabalhos de gente nossa. Confiram com seus próprios olhos.
Lembrando sempre que "a prática é o critério da verdade" (K. Marx)

Abaixo alguns links de materiais desse tipo

Palestra de Victor Athayde sobre a questão territorial

Resenha do livro de Jonh Wilkinson

Dissertação de mestrado de Janaina Sobrinho sobre caprinocultura em Jussara

Artigo de Daiane Dantas Martins sobre a seca de 1932 na vila de Uibaí e artigo de Taiane Dantas Martins sobre Mulheres trabalhadores rurais de Uibaí na década de 1950

Texto sobre Agronegócio dos combustíveis de Cláudio Felix, Gutierres Souza e Jorge Filho

Estudo agronomico sobre desempenho da mamona em Irecê



Texto sobre energia eólica em São Gabriel


Texto "Branca, nativa e proprietária ou negra, migrante e sem terra, o status nas
relações cotidianas de trabalhadoras rurais da vila de Uibaí, Xique-Xique,
década de 1950." de Taiane Dantas Martins

Não esquecer de alguns endereços que são da terra e que tem bastante coisa







Novos dados do IBGE, Censo 2010


O IBGE divulgou os primeiros dados do último censo. Digamos que o orgão não é muito de confiança. Os prefeitos já costumaram recorrer a métodos anti-republicanos para aumentar artificialmente suas populações de modo a conseguir mais recursos do Fundo de Participação do Município. Porém, os dados são bastante interessantes em alguns quesitos e se aproximam em alguma medida da realidade.
Se você quiser ver os dados da Bahia, pode recorrer aos seguintes endereços


5 de abr. de 2011

Feira de Saúde






A Ceu de Fêra (Casa dos Estudantes de Uibaí em Feira de Santana) criou o projeto Feira de Saúde, visando promover saúde com cidadania. No dia 3, em Boca d’água/Olho d’água e no dia 4 de fevereiro em Quixabeira, foram promovidas conversas sobre diabetes, obesidade e hanseníase, hipertensão, medição de pressão, calculo de IMC (Índice de Massa Corpórea), teatro do oprimido com a peça “A fila de espera” (do Grupo de Teatro de Boca d’água) e sorteio de um medidor de pressão digital entre os presentes.

3 de abr. de 2011

Conhecimento é poder



Há algum tempo é que teve início em rodas de conversa, e-mails, mesas de bar, reuniões e movimentos a necessidade de um "espaço" de reflexão da nossa realidade e intercâmbio dos diversos tipos de conhecimentos produzidos na experiência regional. O que seria exatamente? Um instituto de pesquisa e formação - que já foi proposto batizar justamente por Osvaldo Alencar -, um coletivo de estudos econômicos para o planejamento, uma ONG de assessoria a associações e comunidades, uma universidade popular para produzir um projeto alternativo de conhecimento e de sociedade?
Em debates do coletivo do MVIVE, temos caído nessa questão aqui ou acolá. Mas como viabilizá-lo? Esse "espaço" de uma "universidade popular alternativa sertaneja" - na formulação de alguns companheiros - seria uma entidade, uma escola, um espaço? Teria vínculos com o poder público, com instituições como a UNEB ou o IFBA? Seria financiado pelos sindicatos e movimento popular? Concorreria a recursos públicos?
E sua estrutura de funcionamento: cursos de extensão? Atividades intensivas de reflexão coletiva? Aulas-públicas de divulgação científica e movimentos de vulgarização artística e cultural? Coletivo de pesquisa para produção e sistematização de um novo tipo de conhecimento para fundamentar uma nova visão social de mundo? Debates políticos de diagnóstico e perspectivas de temas como política, agricultura, trabalho, cultura?
O debate está posto, a demanda existe. Como nos portaremos? Esperando a maré nos levar ou buscar o novo no fundo do mar?

SERVIDORES MUNICIPAIS DE UIBAÍ e seu sindicato se reune e ja se fala em greve




OS SERVIDORES DE UIBAÍ SE REUNIRAM ONTEM EM DOIS MOMENTOS, pela manhã a categoria de professores sentou com João Borges ( secretário de educação) na antiga CNEC onde foi discutido o PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS que continua emperrado assim como sobre a "melhoria dos salários" ja que o de Uibaí é um dos piores da região de irecê. O prefeito era pra estar presente, mas desistiu na última hora. Já o vereador e presidente da Câmara Davi Garcia esteve presente e se prontificou em apoiar os professores no sentido de se aprovar o mais rápido possível o plano de carreira da categoria.

Foi tirada uma comissão de 5 pessoas que além de rever o plano q foi elaborado por trabalhadores, sindicato e membros da secretaria de educação proporá e exigirá do executivo que agilize o processo. Ficou também de se marcar outra reunião pra avalair o andamento do processo e pra se articular acerca das reivindicações mais prementes da categoria.

Á TARDE JA NA CAMARA DE VEREADORES O SINDICATO SE REUNIU com o pessoal ligado a área de SAÚDE, a categoria demonstra forte insatisfação devido a vários fatores como salários defasados, falta de pagamento da insalubridade, autoritarismo de "superiores" e junto ao sindicato propôs um INDICATIVO DE GREVE ainda pra este mês.

Na reunião se discutiu também a estratégia de como preparar uma possivel GREVE que por um lado una os servidores de forma geral, receba o reconhecimento da população e esteja dentro dos tramites burocráticos.

UIBAIENSES tem uma ENQUETE la embaixo veja e VOTE

a primeira enquete do nosso blog trata do contexto político de nossa terra, dê uma olhada nas proposições e depois, caso queira, vote> Éimportante pra gente ter uma ideia de como os uibaienses veem o seu contexto político.
Desde ja, agradecido!!

2 de abr. de 2011

Zequinha Barreto: revolucionário brasileiro


Acima: Zequinha e Lamarca mortos em Pintadas (Ipupiara) pela ditadura militar. Abaixo: José Campos Barreto.

Tem coisas que são bastante curiosas. Um representante de uma família numerosa da região de Irecê, oriunda do Assuruá, que esteve no centro dos acontecimentos da história do país durante uma década, é alvo de homenagem de trabalhadores e intelectuais de outras regiões do país e é um desconhecido para muita gente, em especial a juventude, de sua própria região.

Desconhecer a história de José Campos Barreto, mais conhecido como Zequinha Barreto, é não só uma curiosidade, mas também um dever cidadão não só de cada uibaiense, brotense, ireceense, catingueiro, mas brasileiro em geral.

Líder operário, estudantil, esteve no centro dos acontecimentos da greve de Osasco de 1968, a maior expressão de resistência dos trabalhadores à ditadura civil-militar no auge de sua repressão. Quando todas as vias legais de atuação, como os sindicatos, a imprensa, os partidos, o parlamento e as próprias ruas estavam fechadas para a manifestação democrática do povo, ele não se fez de rogado. Ao lado de seus companheiros do Movimento Revolucionário 8 de Outubro - data da morte de Che Guevara - foi organizar o povo camponês pobre e humilhado do serão.

De volta à sua terra, Buriti Cristalino, um pequeno povoado de Brotas de Macaúbas, ao lado dos irmãos, Otoniel e Olderico, do feirense Luís Antônio Santa Bárbara, de João Lopes Salgado e do Capitão Carlos Lamarca, inicia um trabalho político junto aos camponeses. A repressão foi implacável.

Conhecer a história de Zequinha Barreto é de fundamental importância. Exemplo de luta, de resistência. Em especial em tempos em que prostitutas da ditadura como o deputado fluminense Jair Bolsonaro diz que no tempo dos ditadores era bom, é preciso lembrar do exemplo de lutadores do povo.

Abaixo, um trecho do livro "José Campos Barreto" do Instituto Zequinha Barreto de Osasco e o link para o livro completo e outros materiais.


"O cerco do delegado torturador

Em 28 de agosto de 1971, o temido delegado da repressão, Sérgio Paranhos Fleury e seus comandados, cercam a cidade de Brotas de Macaúbas e invadem a casa da família Barreto, atirando com fuzis e metralhadoras. Olderico é ferido gravemente na mão e na cabeça. É feito prisioneiro, juntamente com seus irmãos. Outros são assassinados.
O pai, José Barreto, um homem idoso, é barbaramente torturado para entregar o local de esconderijo de Zequinha e do Capitão Lamarca.
Vendo a cena, outro irmão, Otoniel se desespera pelo sofrimento do pai e decide fugir. Apodera-se de uma arma, dispara contra os soldados e tenta correr em direção ao esconderijo para alertar o irmão e Lamarca, mas é ferido mortalmente com um tiro na cabeça.
Segundo reportagem da revista ‘Veja’, de 25/04/1979, citada no livro de Orlando Miranda, “desde esse dia (28/ 8/71) e até a morte de Lamarca e Zequinha, Buriti viveu um rigoroso ‘estado de sítio’. Ninguém podia sair de casa após as 18 horas. Durante o dia, quem saísse era seguido, do alto, por um helicóptero; se entrava em alguma casa da redondeza, o helicóptero baixava, descarregava policiais armados e iniciava-se o interrogatóro.
O inusitado da situação tomava formas diferentes nesse pedaço de sertão baiano. A cinco quilômetros de Buriti, por exemplo, o jegue de um sertanejo não cumpriu de pronto a ordem de parar, dada por seu dono em obediência aos policiais, e estes metralharam o jegue, pa gando depois uma indenização de 50 cruzeiros.

Em Brotas de Macaúba, na mesma época, o Juiz de Direito proibiu que o sistema de alto-falantes ‘Constelação’ tocasse
a música ‘E agora, José’, composta pelo baiano Paulo Diniz a partir de versos de Carlos Drummond de Andrade.
Temia-se que aumentasse, entre a população, a lembrança do Zequinha”.

http://zequinhabarreto.org.br/?page_id=155