17 de ago. de 2011

Terra da cultura: quem a reconhece? (Texto de Pita Paiva / Ilustração de Nanarol)


A população Uibaiense sempre se orgulhou de pertencer a um município que ganhou nome de Terra da Cultura. Porém, antes de seguirmos por essa via, de mão e contra-mão, com arroubos muitas vezes de tom bairrista, outras tantas merecidos sobre este título, conversemos um pouco sobre CULTURA, cientes que o termo, abrangente que é, nos remete há muitas idéias e significados.

Vamos nos ater, então, a arte, referindo-nos a ela toda vez que aqui tocarmos em cultura, embora ainda estaremos abrindo enorme leque de possibilidades visto que há milhares de artes. Todavia faremos um acordo de chamar de cultura, a arte por vezes opressora e alienadora ou utilizada de forma extremamente prazerosa e transformadora, sem a qual a vida humana não teria sentido e não se sustentaria, a arte há muito praticada com talento e pouquíssimos investimentos públicos ou privados no nosso lugar: a música, a poesia, o teatro, a pintura, o artesanato, a literatura, a dança, o desenho, a escultura...

No cotidiano todos nós usufruimos de cultura toda vez que respiramos. Cada vez que piscamos os olhos, gozamos das artes. Não há quem não desfrute, a todo momento, de um som harmônico, de uma cor ou de uma forma pensadas artísticamente, de uma expressão teatral despretenciosa ou intencional, embutida no olhar, nos gestos ou entonações da fala de alguém; não há pessoa, por mais fria ou isolada, que ao calçar, vestir, abrigar-se, usar objetos, máquinas e articular palavras não esteja se utilizando das artes.

Por que, então, a maioria dos governantes municipais não costumam dar o devido valor à arte? Será por culpa da historinha da cigarra e da formiga que ajudou a incutir nas nossas mentes que tocar, cantar, fazer arte não é trabalho, é coisa de vagabundo? Será por conta de heranças da ditadura militar, tão acesa ainda, que nos fazem abandonar a Razão e não valorizarmos as emoções, donas da maioria das ações humanas, polidas pela arte de qualidade? Tais governantes parecem acreditar na ideologia da formiguinha, agigantada pela ditadura na máxima “só o trabalho enobrece o homem.” E que a arte está longe de ser trabalho de “futuro”, labor digno.

Ou será, talvez, que haja em nós, artistas, intelectuais, ativistas e idealistas um gosto supremo por tempestades de idéias, florestas de palavras, redemoinhos de suposições, muros e montanhas de lamentações, oceanos de vaidades e pouco tino e coragem para um tamborete, uma calçada, uma sala, uma rua, uma praça, uma roda de conversa que circule força comum, que canalize idéias, que desenboque em organização, soma, mudança consciente, sustentabilidade (palavra tão gasta, tão grande, grandiosa e ousada. Expressão que inventa e lavra o futuro).

Reconhecer e respeitar Uibaí como Terra da Cultura é, antes de qualquer discurso oco, oportunismo político e realização de eventos ditos de grande porte para agradar a massa, acreditar que a cultura é tão vital quanto o alimento que ingerimos, e que o nosso povo deve ser respeitando nesta sua tendência natural de produzir arte como quem bebe água fresca da cacimba. é fomentar a organização dos artistas locais e o intercâmbio com artistas de outros lugares; é criar ou fortalecer um Conselho e um Fundo de Cultura, para que se invista em cursos, oficinas, apresentações e exposições de artes. Fazer valer o batismo de Terra da Cultura é abraçar este termo que nos traduz e será sempre a nossa referência mais saudável, através da qual somos e seremos lembrados em qualquer lugar onde se grafe ou se diga o nome do nosso pé-de- serra.

Uibaí, Terra da Cultura! Talvez! Sim, se a assumirmos como tal.

7 comentários:

  1. fica com a palavra os gestores(políticos)municipais.
    esperamos que a administração do "NOVO TEMPO",não seja só uma "NOVA ÉRA"que se abre,e tende a se feichar sem nenhuma mudança(significativa).pois se assim for,serão confundidos com aqueles que tanto criticaram.praticamente se igualando a uma gestão sem nenhum compromisso com a cultura(educação,saúde,etc)da nossa cidade.
    ....enquanto isso o tempo passa!!!
    INTÉ!!

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  2. o "novo tempo" já tá quase no fim e até agora só obras... o prefeito tem vocação para faraó... mudanças de fato, além de iniciativas isoladas muito bem-sucedidas - como a chamada casas dos idosos, que tem dança, ginástica e alegria (uma beleza) - ficaram só no discurso. agora, vão apelar para o medo de um retorno de Raul, Birinha e Hamilton (vixe) para arrastar seu povo insatisfeito...
    e nós, vamos fazer o quê? esperar pra votar em pedro rocha não dá...

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  3. Más nosso amigo Raul também fez muitas obras,algumas como já comentei no blog de Fabio"dos do poço",tão grandes que só agora estão sendo acababadas,servindo de desculpa pra o povo achar que tem alguém trabalhando.foi assim com as de pavimentação das ruas simplicio ribeiro,dois de julho,etc.que Raul fez a metade,deixando a outra pra gestão atual.porém a mais fantastica de todas foi aquela santa na entrada da cidade,sem nenhum acabamento,e totalmente sem expressão....
    mas ei flavius,deixando esse povo no passado,me diga ai,Hamilton já não faz parte do grupo do prefeito?sendo assim o povo já nao temem mais"o bigode",pelo contrario,agora já faz parte do grupo dos nobres,que tanto le cuspiram.
    vai entender esse povo!!!
    em pedro rocha também não voto...e agora josé?
    quem poderá nos ajudar?
    somente um nome novo,um grupo novo,com novas ideias e nova política.mas quando?
    espero que logo!!
    INTÉ!!!

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  4. A política acontece no nosso município de modo que, independente de quem esteja no poder, lado "A" ou lado "B", vai continuar a mesma falcatrua de sempre. Mais do que nunca precisamos abrir os olhos, levantar da cadeira e buscar um jeito para dar um basta no sistema político que agrega a velha Canabrava.
    como foi dito nos comentários acima, a formação de um novo grupo, com certeza daria outros rumos a essa discussão , ou ao menos serviria para abrir os olhos das atuais lideranças que sempre dividiram as fatias do bolo da corrupção entre si, fazendo assim valer a força jovem e de pensamento cultural ativo..


    A questão é: QUEM SE ABELITA??








    Caique Carvalho.

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  5. calma companheiro!
    a política no brasil tem essa característica.más,porém as mudanças vem acontecendo,gradativamente e vai ser assim na canabrava também.vamos primeiro nos organizar,criar força,e isso vai levar um tempo e requer empenho de todos.só depois de fincar bases fortes que vai se analizar quem tem bagagem e nome pra representar tal grupo.
    não entendo muito de política mas penso que o processo deve ser mais ou menos assim!!

    mas repare bem que o texto fala mais em arte e veja onde já vamos.kkkkk saimos um pouco do foco,mas tudo bem!!!

    INTÉ!!!

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  6. verdade, foi mais politica que arte.. mas voltando à cultura, na minha opinião o ultimo paragrafo fala por si próprio..

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