Contribuiçõ de Flávio Dantas Martins (CEU-FSA)para o debate sobre reorganização do movimento estudantil
A Associação dos Estudantes Universitários e Secundaristas de Uibaí passa por uma crise sem precedentes em sua história de quase quatro décadas. Há um ano não realiza eleição, estando com diretoria em situação irregular pelo prolongamento do prazo de substituição. Contraditoriamente, o movimento estudantil nunca esteve em condições tão propícias de atuação: 4 Casas de estudantes em Barreiras, Feira de Santana, Jacobina e Salvador com dezenas de universitários, uma lei de assistência estudantil a seu favor, o início do financiamento público das casas de estudantes e um barato e avançado sistema de comunicações que permite uma articulação organizativa no Estado como nunca se viu antes.
Resta perguntar: por quê as coisas não funcionam? Por quê nada acontece? Qual o motivo de as lutas não estarem sendo travados? Por qual motivo, nunca, talvez, o movimento estudantil de Uibaí esteve tão desacreditado na sua história?
Desinteresse pode ser uma palavra. Mas, poderíamos perguntar: nos momentos em que a luta estudantil aconteceu havia, misteriosamente, multidões de estudantes interessados? Quando, todavia, não aconteceu movimento estudantil, todos estavam “desmotivados” ou “desinteressados”? Acreditamos que não.
Ao meu ver, trata-se de um problema organizativo. Nunca houve tantos estudantes universitários de Uibaí espalhados em tantas cidades e ainda não foi formado um instrumento organizativo de luta para essa nova situação. Se as comunicações avançaram, se o número de estudantes cresceu, se existem mais universitários no interior do Estado do que na capital, se as condições institucionais de assistência estudantil nunca estiveram tão favoráveis, a organização dos estudantes não avançou para acompanhar o progresso geral.
A AEUSU permaneceu estática no tempo. Durante três décadas, quando a maioria dos estudantes encontravam-se em Salvador, esta entidade era o mais poderoso instrumento de mobilização do município. Toda uma cultura política da AEUSU e uma organização estatutária favoreceram que a mesma atuasse como um forte movimento social em Uibaí que atuava poderosamente, mas refluía em tempos, para se recompor mais tarde. A AEUSU era uma extensão da CEU de Salvador e todo o seu modelo organizativo foi feito para essas condições de luta.
Agora, as condições mudaram. O ensino superior aumenta cada dia mais no interior do Estado e trás condições atrativas para uibaienses: mais universidades públicas, custo de vida baixo, proximidade com Uibaí, menor violência urbana. A responsabilidade que pesa sobre as costas da AEUSU é muito maior do que a CEU pode carregar sozinha. É preciso modificá-la.
Entre 2004 e 2006, houve uma experiência da AEUSU. Com uma diretoria de membros de Salvador, Feira de Santana e Jacobina, foi possível realizar algumas mobilizações que levaram à aprovação da atual lei de Assistência Estudantil e à expansão das CEUs no interior da Bahia. Todavia, isso era feito com enormes dificuldades. As atividades se dispersavam: o jornal da entidade era feito em Feira de Santana e a organização burocrática era feita em Salvador. As dificuldades de comunicação com Jacobina não eram pequenas e a ligação com estudantes de outras cidades era inexistente. O centro da AEUSU, nesse período, foi Salvador, como sempre foi em sua história.
Agora, as mudanças de condições levaram ao imobilismo. Chegamos a um impasse: ou se reorganiza a entidade para dar conta das novas lutas do movimento estudantil uibaiense ou o maior movimento social da história de Uibaí será coisa do passado. Acreditamos que a primeira opção é a necessária. É preciso reorganizar o estatuto da AEUSU e trazê-la para Uibaí. É hora de levá-la definitivamente para casa, a terra para a qual a mesma foi construída e pode, ainda, oferecer muitas melhorias. Reorganização da AEUSU em Uibaí já!
A Associação dos Estudantes Universitários e Secundaristas de Uibaí passa por uma crise sem precedentes em sua história de quase quatro décadas. Há um ano não realiza eleição, estando com diretoria em situação irregular pelo prolongamento do prazo de substituição. Contraditoriamente, o movimento estudantil nunca esteve em condições tão propícias de atuação: 4 Casas de estudantes em Barreiras, Feira de Santana, Jacobina e Salvador com dezenas de universitários, uma lei de assistência estudantil a seu favor, o início do financiamento público das casas de estudantes e um barato e avançado sistema de comunicações que permite uma articulação organizativa no Estado como nunca se viu antes.
Resta perguntar: por quê as coisas não funcionam? Por quê nada acontece? Qual o motivo de as lutas não estarem sendo travados? Por qual motivo, nunca, talvez, o movimento estudantil de Uibaí esteve tão desacreditado na sua história?
Desinteresse pode ser uma palavra. Mas, poderíamos perguntar: nos momentos em que a luta estudantil aconteceu havia, misteriosamente, multidões de estudantes interessados? Quando, todavia, não aconteceu movimento estudantil, todos estavam “desmotivados” ou “desinteressados”? Acreditamos que não.
Ao meu ver, trata-se de um problema organizativo. Nunca houve tantos estudantes universitários de Uibaí espalhados em tantas cidades e ainda não foi formado um instrumento organizativo de luta para essa nova situação. Se as comunicações avançaram, se o número de estudantes cresceu, se existem mais universitários no interior do Estado do que na capital, se as condições institucionais de assistência estudantil nunca estiveram tão favoráveis, a organização dos estudantes não avançou para acompanhar o progresso geral.
A AEUSU permaneceu estática no tempo. Durante três décadas, quando a maioria dos estudantes encontravam-se em Salvador, esta entidade era o mais poderoso instrumento de mobilização do município. Toda uma cultura política da AEUSU e uma organização estatutária favoreceram que a mesma atuasse como um forte movimento social em Uibaí que atuava poderosamente, mas refluía em tempos, para se recompor mais tarde. A AEUSU era uma extensão da CEU de Salvador e todo o seu modelo organizativo foi feito para essas condições de luta.
Agora, as condições mudaram. O ensino superior aumenta cada dia mais no interior do Estado e trás condições atrativas para uibaienses: mais universidades públicas, custo de vida baixo, proximidade com Uibaí, menor violência urbana. A responsabilidade que pesa sobre as costas da AEUSU é muito maior do que a CEU pode carregar sozinha. É preciso modificá-la.
Entre 2004 e 2006, houve uma experiência da AEUSU. Com uma diretoria de membros de Salvador, Feira de Santana e Jacobina, foi possível realizar algumas mobilizações que levaram à aprovação da atual lei de Assistência Estudantil e à expansão das CEUs no interior da Bahia. Todavia, isso era feito com enormes dificuldades. As atividades se dispersavam: o jornal da entidade era feito em Feira de Santana e a organização burocrática era feita em Salvador. As dificuldades de comunicação com Jacobina não eram pequenas e a ligação com estudantes de outras cidades era inexistente. O centro da AEUSU, nesse período, foi Salvador, como sempre foi em sua história.
Agora, as mudanças de condições levaram ao imobilismo. Chegamos a um impasse: ou se reorganiza a entidade para dar conta das novas lutas do movimento estudantil uibaiense ou o maior movimento social da história de Uibaí será coisa do passado. Acreditamos que a primeira opção é a necessária. É preciso reorganizar o estatuto da AEUSU e trazê-la para Uibaí. É hora de levá-la definitivamente para casa, a terra para a qual a mesma foi construída e pode, ainda, oferecer muitas melhorias. Reorganização da AEUSU em Uibaí já!
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