16 de ago. de 2010

Eleições: há alternativa?


Na bolha onde vivemos: de casa para o trabalho/escola, no convívio com as pessoas que nos cercam, somos levados a pensar que todos são como nós: tem uma vida sossegada, sem muitas preocupações. Quando nos frustramos com algo na maioria das vezes não passa de algum problema passageiro, pequeno se comparado ao enfrentado por alguém que procura "apenas" (apenas para nós), um prato de comida e não encontra posto a mesa.

Essa situação parece ficção, mas não é bem assim. Achamos que isso não existe por que simplesmente não faz parte realmente do “nosso mundinho”, na faculdade ninguém passa fome, no trabalho também não, na novela da globo tampouco.

O que vemos nessa nossa bolha social é o cenário mais feliz possível, livre de fome, de miséria, onde ainda se acha alguém que quer atribuir a culpa da pobreza à própria vítima dela “é pobre porque não se esforçou, fulano era pobre também e hoje é rico”. Talvez o carroceiro que passa ao nosso lado em alguma dessas cidades médias por aí afora tenha uma opinião um pouco diferente, a empregada doméstica explorada e humilhada como de costume nas pequenas cidades também.

No Brasil, segundo o IBGE em 2004 38,5% dos domicílios brasileiros apresentavam em 2004 um quadro de insegurança alimentar, destes 6,5% em situação de insegurança alimentar grave, ou seja, cerca de 14 milhões de brasileiros passavam fome regularmente. É muita gente, mas quantos destes você conhece? Isso é revoltante em qualquer país do mundo, mas porque acontecer na oitava maior economia do planeta? Onde a pátria mãe gentil guarda esse dinheiro para não distribuir de maneira justa entre seus cento e noventa milhões de filhos? Os que arrumam a casa são justamente os que não ganham mesada.

O que seria do patrão se não fosse o operário, digo mais, se não fosse a pobreza do operário. O que seria dos donos de hospitais e colégios particulares se a saúde e a educação públicas fossem de qualidade?

De dois em dois anos somos obrigados a votar, temos então o “direito de escolher” quem nos governa.

Os representes políticos do país, salvo algumas exceções, sempre foram filhos e representantes das elites que dominam a nação. Vivemos então uma democracia.


Eleição não é o caminho para se mudar este país, mas segue o link com informações e algumas propostas do PSTU.



http://www.pstu.org.br/nacional_materia.asp?id=11776&ida=1

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